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Tercio Redondo  
Tercio Redondo é professor de literatura alemã na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. É autor de Woyzeck: exploração social e forma dramática (Nankin, 2015), comentário e tradução integral da tragédia de Georg Büchner, além de organizador, com Simone Rossinetti Rufinoni, do livro Caminhos da lírica brasileira contemporânea: ensaios (Nankin, 2013). Traduziu O homem é um grande faisão no mundo, de Herta Müller (Companhia das Letras, 2012), A novela no início do Renascimento, de Erich Auerbach (Cosac Naify, 2013), As afinidades eletivas, de Johann Wolfgang von Goethe (Companhia das Letras, 2014), e Conversas de refugiados (Editora 34, 2017), de Bertolt Brecht, entre outros.

Fábula: do verbo latino fari, “falar”, como a sugerir que a fabulação é extensão natural da fala e, assim, tão elementar, diversa e escapadiça quanto esta; donde também falatório, rumor, diz que diz, mas também enredo, trama completa do que se tem para contar (acta est fabula, diziam mais uma vez os latinos, para pôr fim a uma encenação teatral); “narração inventada e composta de sucessos que nem são verdadeiros, nem verossímeis, mas com curiosa novidade admiráveis”, define o padre Bluteau em seu Vocabulário português e latino; história para a infância, fora da medida da verdade, mas também história de deuses, heróis, gigantes, grei desmedida por definição; história sobre animais, para boi dormir, mas mesmo então todo cuidado é pouco, pois há sempre um lobo escondido (lupus in fabula) e, na verdade, “é de ti que trata a fábula”, como adverte Horácio; patranha, prodígio, patrimônio; conto de intenção moral, mentira deslavada ou quem sabe apenas “mentirada gentil do que me falta”, suspira Mário de Andrade em “Louvação da tarde”; início, como quer Valéry ao dizer, em diapasão bíblico, que “no início era a fábula”; ou destino, como quer Cortázar ao insinuar, no Jogo da amarelinha, que “tudo é escritura, quer dizer, fábula”; fábula dos poetas, das crianças, dos antigos, mas também dos filósofos, como sabe o Descartes do Discurso do método (“uma fábula”) ou o Descar­tes do retrato que lhe pinta J. b. Weenix em 1647, segurando um calhamaço onde se entrelê um espantoso Mundus est fabula; ficção, não ficção e assim infinitamente; prosa, poesia, pensamento.

Projeto editorial de Samuel Titan Jr.
Projeto gráfico de Raul Loureiro

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A novela no início do Renascimento
Itália e França

Erich Auerbach

Tradução de Tercio Redondo
Coordenação editorial, revisão técnica e posfácio de Leopoldo Waizbort
Prefácio de Fritz Schalk
 
Publicado pela primeira vez em 1921, A novela no início do Renascimento marca a estreia de Erich Auerbach (1892-1957), autor de Mimesis, na crítica literária, abrindo caminho para uma obra em que está contemplado todo o arco da literatura ocidental. Privilegiando sobretudo o Decameron de Boccaccio (século XIV), após Dante “juntar novamente mundo e destino”, Auerbach explica o momento em que as narrativas medievais, vinculadas à Bíblia e ao sagrado, dão lugar a uma nova forma de literatura — mais aristocrática na Itália e mais burguesa na França —, mostrando homens e mulheres enredados nos acontecimentos, prazeres e dores do mundo terreno.
R$ 62,00
 
Conversas de refugiados

Bertolt Brecht

Tradução de Tercio Redondo
 
As Conversas de refugiados foram escritas por Bertolt Brecht, um dos maiores dramaturgos do século XX, nos anos 1940, durante seu exílio na Finlândia e nos Estados Unidos, quando fugia do nazismo. Dando tratamento moderno a uma forma antiga - o diálogo platônico -, Brecht exerce aqui toda a inventiva que é a marca de suas peças. Pela primeira vez traduzidas para o português, as Conversas entre o pesquisador Ziffel e o operário Kalle tratam de um tema de urgente atualidade: a condição nômade, cheia de incertezas, de pessoas que precisam deixar para trás tudo o que têm, devido à guerra ou à perseguição política.
R$ 62,00

 
     
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